Justin Trudeau, que renunciou ao cargo de primeiro-ministro do Canadá na segunda-feira, respondeu às recentes declarações de Donald Trump, que insistiu que o Canadá merece outro estatuto de Estado dos Estados Unidos e que Trudeau renunciou porque “sabia disso”.
“O Canadá nunca fará parte dos Estados Unidos”, acrescenta o governante canadiano na rede social.
There isn’t a snowball’s chance in hell that Canada would become part of the United States.Workers and communities in both our countries benefit from being each other’s biggest trading and security partner.
Trump escreveu ontem numa publicação na sua rede social, Truth Social, que “muitas pessoas no Canadá ADORARIAM ser o 51.º estado”. “Os Estados Unidos não podem mais suportar os enormes défices comerciais e os subsídios que o Canadá precisa para se manter à tona. Justin Trudeau sabia disso e renunciou”, frisou.
“Se o Canadá se juntasse aos Estados Unidos, não haveria tarifas, os impostos baixariam consideravelmente e estariam COMPLETAMENTE SEGUROS da ameaça dos navios russos e chineses que os rodeiam constantemente. Juntos, que grande nação seríamos”, vincou ainda.
A proposta de Trump de que o Canadá se integre nos Estados Unidos, que tem repetido nos últimos dias mais como uma brincadeira do que como uma possibilidade real, gerou desconforto entre os canadianos, defensores da sua soberania.
Trump expressou o conceito pela primeira vez num jantar com Trudeau em Mar-a-Lago, na Flórida, em 29 de novembro, numa troca verbal que mais tarde se tornou pública.
O presidente eleito ameaçou impor tarifas de 25% sobre todos os produtos provenientes do Canadá e do México se não impedirem o fluxo de migrantes e drogas para os Estados Unidos, o que levou Trudeau a visitar Mar-a-Lago para tentar persuadir Trump.
Os Estados Unidos são o maior parceiro comercial do Canadá e o destino de 75% das suas exportações. Cerca de dois milhões de canadianos, numa população de 41 milhões, dependem dos Estados Unidos.
O primeiro-ministro canadiano anunciou esta segunda-feira a sua demissão, indicando que se manterá no cargo até que o seu partido escolha um sucessor.
Quase 10 anos depois de ter chegado ao poder, Justin Trudeau, 53 anos, estava sob pressão há semanas, com a aproximação das eleições gerais e numa altura em que a sua força política, o Partido Liberal (PL) do Canadá, está mal colocada em diversas sondagens.
“Este país merece uma eleição real nas próximas eleições. Está claro para mim que, se eu tiver que travar batalhas internas, não posso ser primeiro-ministro”, disse o líder, diante do crescente descontentamento com sua liderança.
A saída abrupta da vice-primeira-ministra e ministra das Finanças, Chrystia Freeland, no final do ano, que discordava de Justin Trudeau sobre a forma de gerir a guerra económica iminente com os Estados Unidos, fez transparecer uma turbulência crescente no seio do governo canadiano.
Trudeau disse que pediu ao presidente do Partido Liberal que iniciasse o procedimento para escolher um novo líder.
Segundo fontes governamentais, o parlamento, que deveria ser retomado a 27 de janeiro, será suspenso pelo menos até 24 de março, data que permitirá a realização de uma corrida à liderança do Partido Liberal.
Desenvolvido através do Quintype
219. 249. 999
Dias úteis das 8h00 às 18h00. Ligue para a rede nacional
Respondemos suas dúvidas por e-mail.