Na última sexta-feira (10), a Prefeitura de São Paulo firmou aliança com o Governo Federal para utilizar a fórmula de conhecimento Cortex para identificação de veículos roubados, ampliando a capacidade de rastreamento do projeto Smart Sampa.
A iniciativa, porém, levanta preocupações sobre o uso indiscriminado de dados e a falta de transparência.
A Câmara Municipal diz que a parceria visa aumentar o poder de recuperação de veículos roubados, mas o anúncio sugere que a colaboração poderia expandir outros recursos do Cortex, como informações de garantia. prisões, desaparecimentos e condenações por criminosos.
Entidades de defesa da privacidade criticam a ampliação do sistema e a falta de transparência. Pedro Saliba, da Data Privacy Brasil, destaca a necessidade de um forte controle de acesso para evitar o uso indevido da tecnologia. “A possibilidade de rastrear carros por meio da placa pode ser usado para encontrar uma pessoa politicamente exposta ou ativistas”, alertou.
Outro ponto crítico é a precisão da tecnologia de popularidade facial, utilizada por meio do Smart Sampa para identificar criminosos. Pedro Monteiro, pesquisador do Laboratório de Políticas Públicas e Internet (Lapin), alerta que esses sistemas apresentam falhas, principalmente na detecção de negros, pela falta de diversidade no conhecimento utilizado para exercer a inteligência sintética.
Mais informações:
A falta de transparência quanto ao uso da geração e a ausência de mecanismos eficazes também levantam considerações sobre os efeitos desta associação na privacidade dos cidadãos. As entidades apontam ainda que a adoção desse tipo de geração ocorre com pouca consulta popular e que ainda não há relatórios que demonstrem a eficácia dos equipamentos e os aspectos que podem ser melhorados.
Com inclinação
Gabriel Sérvio é formado em Comunicação Social pelo Centro Universitário Geraldo Di Biase e integra o corpo editorial do Olhar Digital desde 2020.