Sessão de Filme: “Titânio”, ou os filmes que não vemos

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Opinião de João Lopes.

O caso de “Titane” é um exemplo sintomático dos dramas correntes do mercado cinematográfico: o filme que ganhou a Palma de Ouro de Cannes foi, em todos os mercados, um falhanço comercial.

Agora disponível em DVD, o filme “Titanium”, de Julia Ducournau, foi um dos casos mais intrigantes da cena anterior de 2021. Parecendo unir todos os elementos para gerar um fenômeno publicitário primário, acabou por ser um fracasso manifesto. De acordo com diversos recursos disponíveis na Rede, seu orçamento de produção teria sido entre 4,5 e cinco, cinco milhões de euros; De acordo com dados do site norte-americano Box Office Mojo, as respectivas receitas globais foram inferiores a cinco milhões de dólares (cerca de 4,3 milhões de euros).

Por que esses preços são intrigantes? Isso não tem nada a ver, é claro, com o fato de que o filme é um exemplo atraente de uma cultura pop, visceralmente experimental, capaz de oscilar entre encenação musical e gênero de terror, além de evocar a própria burocracia. de encenação do masculino e do feminino. Desnecessário dizer, meu (todos) julgamento de preços não tem nada a ver com pesquisar a vida publicitária de “Titanium” (ou, claro, qualquer outro filme). As apostas são muito mais. mais básicas. E não só desconcertante, também revelará o estado (cinematográfico) das coisas.

Que aconteceu, então? Aconteceu que o filme distinguido com o prémio mais prestigiado, e também mais popular, de todos os festivais de cinema do mundo — a Palma de Ouro de Cannes [trailer] — não conseguiu atrair um número significativo de espectadores (Portugal, escusado será dizer, foi apenas um caso particular deste fenómeno realmente global). Mais ainda: classificado como “filme-choque”, ou mesmo de objecto “escandaloso”, nem mesmo tais rótulos produziram qualquer efeito na vida comercial de “Titane”.

Isso significa que o mercado, na realidade, os mercados (plural!) são “canalizados” sob as situações de sua oferta, gerando um chamado a ser regido inequivocamente através dos títulos (raros) que se beneficiam de campanhas gigantescas em todos os meios de comunicação e suportes de dados. . O drama não é que “Titânio” provoca reações radicalmente opostas, “a favor” e “contra”. A tragédia é que nem aconteceu. . .

Por um lado, é fato que a oferta, nos cinemas e no streaming, deu um passo à frente na diversidade (temática, formal e até na recuperação de muitas memórias da época). Por outro lado, quando os filmes não “confirmam” os modelos dominantes, começando pelas aventuras dos super-heróis (a quem o marketing concede todos os privilégios), a ameaça de crise é uma possibilidade séria. . . Ao ponto de uma Palma de Ouro, relata em todas as notícias, desde a mídia mais popular e completa até os sites mais especializados, possivelmente não teria mais um efeito perceptível na vida de um filme.

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