SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O ano seguinte aos Jogos Olímpicos permite regularmente uma pausa para atletas que decidem colocar suas energias no próximo ciclo. No entanto, esse não será o caso para 2022.
Com o adiamento de Tóquio-2020 para 2021, devido à pandemia de Covid-19, o cronograma antes dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 foi encurtado. Desta vez, o ano de “ressaca” após os Jogos será substituído por um ano inteiro de campeonatos mundiais e com o início dos processos de qualificação para a edição francesa.
“Estou curioso para ver como vamos lidar com essa era mais curta para os Jogos”, disse o diretor esportivo do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), Jorge Bichara.
Além do atípico ciclo de preparação de três anos, ele se preocupa com o impacto que a pandemia continua a ter no cenário esportivo estrangeiro, agora sob o risco da variante omicron.
“Mas continuamos com os mesmos objetivos: trabalhar muito duro com as confederações, os clubes, com nossos grandes atletas, para manter a funcionalidade das modalidades em que conquistamos medalhas e aumentar o número de modalidades medalhistas”, acrescenta o gerente.
Os esportes aquáticos, que deram ao Brasil 3 medalhas em Tóquio, voltarão ao Japão para a Copa do Mundo de Fukuoka, a partir de 13 de maio.
A ocasião começará apenas cinco meses após o Campeonato Mundial de Short Track (25 metros), que foi realizado em dezembro passado em Abu Dhabi. Nele, o país conquistou uma medalha de ouro com Nicholas Santos nos 50 metros borboleta -distância não olímpica – e duas medalhas de bronze, no revezamento 4 x 200 m livre e 50 m peito -também fora do programa olímpico- com João Gomes Junior.
Bruno Fratus, medalhista de bronze em Tóquio nos 50m livre, fará seu próximo grande check em Fukuoka. Ana Marcela Cunha, medalhista de ouro na maratona aquática e que venceu o 5º campeonato mundial de excursões no final deste ano, vai olhar para o festival para a maravilhosa boa sorte que ainda falta, na prova de 10km (a mesma que é disputada nos Jogos).
A partir de 15 de julho será a vez do Campeonato Mundial de Atletismo, em Eugene, EUA. Os medalhistas de bronze de Tóquio Alison dos Santos e Thiago Braz nos 400m com barreiras e no salto com vara, respectivamente, voltarão à luta para se manterem entre os melhores do mundo.
A Copa do Mundo de Judô, em Tashkent (Uzbequistão), será disputada a partir de 7 de agosto, com o peso da primeira ocasião primária da nova comissão técnica da seleção nacional. A equipe feminina começou a treinar com Sarah Menezes, primeira campeã olímpica de judô do Brasil. , em 2012. Os homens agora são liderados por Kiko Pereira, técnico de Mayra Aguiar e Daniel Cargnin, ambos medalhistas nos últimos Jogos Olímpicos.
O vôlei também terá suas Copas do Mundo no próximo ano. Masculino, na Rússia, a partir de 26 de agosto, e feminino, na Holanda e polônia, a partir de 23 de setembro. No basquete, o torneio feminino tomará uma posição em 2022, na Austrália, a partir de 22 de setembro – a seleção brasileira ainda disputará um torneio classificatório em fevereiro.
A Copa do Mundo de Ginástica Artística acontecerá em Liverpool em outubro, ainda sem data confirmada. Rebeca Andrade, que após ganhar ouro e prata nos Jogos, repetiu a medalha dupla na Copa do Mundo de Kitakyushu, vai tentar brilhar novamente.
Depois de um ano de 2022 repleto de eventos maravilhosos, 2023 já será um ano pré-olímpico e pan-americano em Santiago. Assim, para o COB, embora a temporada de 2021 esteja um pouco acabada, a ideia já é daquelas que estão no meio do ciclo parisiense.
A época do ano teve resultados animadores, especialmente para jovens atletas, em Copas do Mundo de outras modalidades. Os destaques incluem o salto dourado da Rebecca e a barra assimétrica prateada; a dupla de Pâmela Rosa e Rayssa Leal na Street League Skateboarding; o pódio triplo de Gabriel Medina, Filipe Toledo e Italo Ferreira na Liga Mundial de Surfe; e as tropas de Marcus D’Almeida, no campeonato mundial de tiro com arco, e Keno Marley Machado, no campeonato mundial de boxe.
As bicampeãs olímpicas Martine Grael e Kahena Kunze conquistaram o bronze na Classe Mundial 49er FX. No Mundial de Halterofilismo, o país conquistou duas medalhas inéditas na categoria feminina: Laura Amaro, prata na largada de 76 kg, e Amanda Schott, bronze na largada de 87 kg.
Ao contrário da competição olímpica, que considera apenas a soma final dos pesos, os mundiais concedem medalhas separadas pelos efeitos recebidos nos movimentos de aperto e arremesso.
Outros efeitos positivos em outras Copas do Mundo, sem medalhas, foram a presença do mesatenista Hugo Calderano nas quartas de final, quando ele tirou as costas da chinesa Liang Jingkun e parou um ataque do pódio, e a cruzada da equipe de handebol feminino até a mesma fase.
Após a aposentadoria de sua melhor jogadora, Duda Amorim, a equipe comandada pelo técnico Cristiano Rocha fez uma grande participação e recebeu o resultado desde o título de 2013.
Nos Jogos Pan-Americanos da Juventude, em Cali, evento sub-23 realizado pela primeira vez em novembro, o Brasil é o primeiro no quadro de medalhas.
A parte momentânea do ano também viu o COB se mover para se preparar para a Operação Paris-2024. Em outubro, o Comitê fez sua terceira parada no país anfitrião. Além de ir para Paris, ele foi para Marselha, onde sediou a competição de vela, para o posto que terá uma delegação base.
Como os preços na capital francesa e sua paisagem são altos, segundo Bichara o conceito do COB é ter o mínimo obrigatório de bases na França e manter os grupos em outros países europeus, nos quais já estão acostumados a trabalhar. até um pouco antes das competições. .
O centro educacional Rio Maior, em Portugal, que sedia a educação brasileira a partir de 2020, deverá ser um ponto de preparação.
Todos esses planos de criação dependem, é claro, do fato de que a pandemia não será mais um impedimento em dois anos e meio, algo que o jogo e o global ainda não podem ignorar.