Nos últimos meses, notamos um fenômeno em desenvolvimento nas corporações em todo o mundo: uma diminuição nos cronogramas ESG (Environmental, Social and Governance), especificamente em termos de diversidade. Esse oposto pode ser interpretado como um movimento pendular, que reflete a dinâmica social. que acompanharam a humanidade. Com o tempo, a linha do tempo mais radical do “despertar” ganhou destaque, vendendo uma série de ajustes sociais em favor da justiça e da igualdade. No entanto, à medida que esse cronograma foi consolidado, uma reação começou a surgir. emergem, trazendo à tona um conservadorismo que agora está ganhando força.
A física nos ensina que toda e qualquer ação provoca uma reação de intensidade equivalente e direção oposta. Essa máxima se aplica perfeitamente ao cenário atual, onde a busca pela diversidade, que no passado parecia crescente, agora encontra resistências significativas. As empresas que no passado se comprometeram publicamente com projetos de diversidade e inclusão estão agora a reavaliar as suas estratégias, em reação à reação de setores da sociedade que se sentem ameaçados por estas mudanças.
É essencial reconhecer que a luta pela diversidade não é um fenômeno novo. Até algumas décadas atrás, a presença de mulheres em cargos de liderança, a representação de pessoas negras em cargos de liderança e a aceitação de líderes LGBTQ eram praticamente inexistentes. O progresso é inegável, mas não é linear. A história nos mostra que a substituição social é acompanhada por reações que visam restaurar o prestígio quo, levando a um ciclo de avanços e retrocessos.
No contexto atual, o conservadorismo parece estar ressurgindo, e isso nos leva a refletir sobre o que podemos considerar um “ponto ótimo” na discussão sobre diversidade. Essa busca por um equilíbrio é essencial. A radicalização de qualquer agenda, seja ela progressista ou conservadora, tende a gerar resistência e divisões. Assim, aqueles que defendem uma visão extrema da diversidade devem estar cientes de que essa abordagem pode provocar reações igualmente intensas do outro lado.
O caminho para um ambiente empresarial verdadeiramente inclusivo e diversificado terá de ser construído com base no debate e na compreensão mútua. A história mostra-nos que, ao longo do tempo, a sociedade evolui em reacção às pressões sociais, culturais e económicas. As empresas que procuram adaptar-se a esta nova situação terão que perceber que o progresso não ocorre de forma unilateral ou abrupta. É um procedimento contínuo que requer paciência e uma abordagem equilibrada.
Embora a resistência atual possa parecer um retrocesso, é importante lembrar que o avanço em direção à diversidade já foi significativo. Cada passo dado em direção à inclusão deve ser celebrado, mesmo que o caminho à frente ainda esteja repleto de desafios. A transformação social é um processo complexo, e as empresas que se comprometem com um diálogo aberto e uma abordagem inclusiva têm mais chances de encontrar um equilíbrio sustentável entre a diversidade e as diferentes perspectivas que existem na sociedade.
Em suma, o movimento do pêndulo que temos visto ultimamente faz parte de um ciclo antigo mais amplo. As empresas terão de estar preparadas para navegar nessas águas turbulentas e perceber que cada ação resultará numa reação. O desafio é encontrar um caminho que promova a diversidade de forma equilibrada, respeitando as vozes de cada uma das partes interessadas e buscando um longo prazo em que todos possam prosperar juntos. A história continuará a ensinar-nos e, enquanto houver preferência pelo debate e pela compreensão, podemos esperar que o pêndulo encontre o seu “ponto ideal”.
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