O cinema nacional enfrenta situações exigentes após a sorte de Estou aqui e as quotas

Metropólesmetropoles.com

18/01/2025 02:00, atualizado 18/01/2025 02:00

2024 será um ano de retomada para o cinema nacional, garantindo o momento mais produtivo para as produções brasileiras desde a pandemia de Covid-19. De fato, as salas de cinema receberam 2,3 milhões de espectadores interessados no cinema brasileiro, gerando uma receita de R$ 48 milhões, segundo informações publicadas pela Agência Nacional do Cinema (Ancine). 2025 começa com o desafio de manter esse logotipo e com ajustes na política de cotas de tela.

No embalo de Ainda Estou Aqui, longa de Walter Salles protagonizado por Fernanda Torres e principal aposta do país para o Oscar 2025, este ano também promete novos lançamentos e discussões sobre a estrutura cinema nacional, que enfrenta dificuldades políticas e financeiras.

A Instrução Normativa nº 172, de 2 de janeiro deste ano, assinada por Alex Braga, diretor-presidente da Ancine, estimula a programação de filmes brasileiros em sessões de maior procura, a partir das 17h, tanto durante a semana quanto nos fins de semana. A política pública visa manter as produções nacionais no parque exibidor, para que o público tenha acesso fora do circuito de festivais.

A medida estabelece as novas regras de cotas de tela, mecanismo previsto na legislação nacional desde 2001 e reafirmado pela Lei nº 14. 814/2024, que prorrogou sua vigência até 2033.

“De acordo com a regulamentação, não é permitida a exibição de longas-metragens brasileiros marcada para depois das cinco da tarde. Será um ponto mais um décimo para contar para a cota necessária. Se esse filme for um longa-metragem premiado em festival, a nota de exibição será maior em um décimo e uma parte para medir a cota”, explica a Ancine.

A empresa propôs a nova regulamentação para “incentivar uma programação mais ampla e variada nas salas de cinema e, como resultado, aumentar a participação de mercado [divisão de mercado] do cinema brasileiro”.

É um sistema atraente, especialmente em termos de programação. Os filmes nacionais devem ocupar as primeiras sessões.

O destino do cinema nacional em 2024 vai além de Ainda Estou Aqui, lançado em 7 de novembro. Pelo menos 4 mil produções nacionais ultrapassaram a barreira de um milhão de ingressos, algo que não acontecia desde 2019: Nosso Lar 2 (1,5 milhão de ingressos), Os Farofeiros 2 (1,9 milhão), Minha Irmã e Eu (2,3 milhões) e o filme de Walter Salles, que atraiu mais de 2,5 milhões de ingressos até dezembro do ano passado.

Nos primeiros 17 dias de 2025, O Auto da Compadecida 2, estrelado por Selton Mello e Matheus Nachtergaele, se destaca com 2,9 milhões de espectadores nos cinemas, acumulando R$ 33 milhões este ano – o preço sobe para R$ 63 milhões desde sua estreia em Dezembro de 2024. Matriz

A sequência de Ariano Suassuna conta com produções como Ainda Estou Aqui (3,3 milhões de telespectadores), Chico Bento e a Goiabeira Maravíosa (295 mil) e Baby (7,7 mil).

“Demorou muitos anos para o cinema nacional ganhar prestígio e popularidade entre os brasileiros, mas aconteceu e vivemos excelentes momentos com vendas significativas de bilheteria. Surgiu então uma onda de desinteresse e críticas, alimentada por uma polarização política que prejudicou muitas esferas da arte e da cultura brasileira. Se somarmos a isso a pandemia de Covid, a falta de regulamentação das plataformas de streaming, a pirataria e a lacuna na renovação da lei de cotas de tela, pronto, o cinema brasileiro sofreu um duro golpe! », enfatiza Cibele.

E a nova regulamentação da lei da cota já é levada em conta nos cinemas nacionais. Neste sábado (18/1) em Brasília, Ainda Estou Aqui conta com 14 sessões nos cinemas do quadradinho após às 17h, enquanto outras 17 salas foram reservadas para O Auto da Compadecida 2.

Chico Bento e a Goiabeira Maraviósa, por sua vez, tem apenas cinco salas após o horário. Vale lembrar que o filme é voltado para o público infantil e integra um mercado de nicho, diferente de Ainda Estou Aqui e O Auto da Compadecida, voltado para o público adulto.

O filme de Maurício de Sousa tem mais espaço em São Paulo; com 255 salas de cinema em funcionamento no estado, o longa se faz presente em mais de 20 sessões reservadas após às 17h.

Apesar dos avanços alcançados graças à lei de cotas, especialistas do setor afirmam que o trabalho de conscientização pública precisa ser melhorado.

“O screen share aumenta (um pouco) a origem dos títulos brasileiros. Mas trabalhar com o público requer outras iniciativas. Deve-se levar em conta que só existem cinemas em 10% das cidades brasileiras. E nessas cidades o número máximo de quartos está nos supermercados e eles têm preços máximos. Ou seja, as bilheterias de cinema demonstram hábito de consumo apenas de uma parte da população brasileira e não há mecanismo em outros espaços de exibição, como cinemas públicos ou centros culturais, por exemplo”, afirma o cineasta Rodrigo Díaz Díaz, diretor de distribuição. . e comunicação Taturana.

“A comissão é apropriada para o momento, mas a longo prazo seria sensato que houvesse uma cota maior, de 20%, garantindo horário nobre, trailers e cotas também para filmes regionais”, conclui Cibele.

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