Número de mortos no mercado de Natal alemão sobe para 5

Um motorista avançou em alta velocidade contra um mercado de Natal na cidade alemã de Magdeburg, no estado da Saxônia-Anhalt, leste da Alemanha, matando ao menos cinco pessoas — uma criança de 9 anos e quatro adultos —e deixando mais de 200 feridos na noite desta sexta-feira (20/12).

O ataque ocorreu pouco depois das 19h. (15h, horário de Brasília).

O governador da Saxônia-Anhalt, Reiner Erich Haseloff, relatou duas mortes na noite de sexta-feira.   Na manhã de sábado, o governo anunciou que mais duas pessoas morreram devido aos ferimentos. Uma quinta vítima apareceu mais tarde através de Haseloff.  

Segundo as autoridades, há ainda pelo menos mais duzentas pessoas feridas. Destes, mais de 40 estão em estado grave, segundo o chanceler federal alemão, Olaf Scholz, que está em Magdeburg no sábado (21/12).

O suspeito, um cidadão saudita de 50 anos, foi preso. O mercado de Natal fechou. A equipe de resgate e a polícia responderam ao local em grande número.

A bordo de um BMW SUV alugado, o suspeito correu em direção à multidão em uma rua cercada em ambos os lados por barracas de Natal. Ele viajou pelo menos 400 metros, enquanto os espectadores fugiam aterrorizados. A ação durou cerca de 3 minutos.  

Descubra o que se sabe sobre o ataque.

O governador Haseloff afirmou que o suspeito vive na Alemanha desde 2006, tem especialização em psiquiatria e reside em Bernburg, a menos de 50 quilômetros de distância de Magdeburg.

Segundo Horst Nopens, promotor responsável pelo caso, a polícia começou com a teoria inicial de que o crime foi motivado pela insatisfação do suspeito com o tratamento dado pela Alemanha aos refugiados sauditas. A investigação indica que ele agiu sozinho.  

O psiquiatra ficará sob custódia acusado pelos crimes de homicídio e tentativa de homicídio.

O saudita, suspeito de ter esmagado muitos outros, deu uma entrevista há alguns dias a um blog anti-islâmico americano.

Nele, o homem acusa Gerguyy de realizar uma “operação policial” para “perseguir” ex-muçulmanos sauditas e “destruir suas vidas” enquanto concedia asilo a jihadistas sírios, informou a revista.

Ele teria por muitos anos aconselhado mulheres que queriam fugir da Arábia Saudita, e mantinha uma página na internet com informações sobre o sistema de asilo alemão.

Em novembro, segundo a revista, afirmou nas redes sociais que “a Alemanha terá de proteger as suas fronteiras contra a imigração ilegal” e acusou a ex-chanceler Angela Merkel de continuar com a sua política de refugiados um plano para “islamizar a Europa”, tese discutida. defendida por radicais de extrema direita.

Desde o ano passado, a Alemanha reforçou a sua política de imigração, tornando-a restritiva para os refugiados. Recentemente, após a queda do ditador sírio Bashar al-Assad, o país suspendeu a concessão de asilo aos sírios.

Também na sexta-feira Scholz falou sobre o grande acidente: “As notícias que chegam de Magdeburg sugerem o pior. momentos de angústia. “

Neste sábado, ele esteve em Magdeburg, onde participou de uma cerimônia na catedral evangélica da cidade em homenagem às vítimas ao lado de centenas de moradores. Perto dali, centenas de manifestantes de extrema direita se concentraram e reproduziram slogans anti-imigração. 

As principais lideranças políticas do país também se pronunciaram, expressando choque e condolências, entre elas o cotado a próximo chanceler federal, o conservador Friederich Merz, e o vice-chanceler federal, Robert Habeck.

O episódio se passa um dia após o oitavo aniversário do ataque terrorista ao mercado de Natal Breitscheidplatz, em Berlim, que deixou outras treze pessoas mortas. Na tarde desta quinta-feira, a Igreja Memorial do Imperador Guilherme, na praça do ataque, organizou um evento para homenagear as vítimas.  

Na noite de 19 de dezembro de 2016, um islamista invadiu o mercado de Natal com um caminhão, roubado de um caminhoneiro que ele matou. Além dos mortos, mais de 60 pessoas ficaram feridas. O terrorista conseguiu fugir, mas foi morto quatro dias depois em uma troca de tiros com a polícia em Milão, na Itália.

AR/GQ (DPA, OTS)

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