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O bullying e a homofobia nas escolas cobraram seu preço no país. O jovem Pedro, de 14 anos, cometeu suicídio nesta segunda-feira (12), após ser vítima de ataques homofóbicos na clássica escola de elite Bandeirantes, em São Paulo.
O tio do jovem, Bruno de Paula, usou suas redes sociais para explicar a dor da família e pedir justiça pela negligência da escola. as ‘piadas’ de seus ‘colegas’. Hoje em dia há quem diga que não podemos dizer nada “de outra forma” porque afinal “a vida é muito chata”, mas o que se diz pode assustar outras pessoas”, afirmou na sua conta de Instagram.
“Perdemos o Pedro para o bullying, para a homofobia e, sobretudo, para o descaso da escola. A coroa de flores enviada junto com o antigo e-mail de condolências não tem sentido para o círculo de parentes que está enterrando um jovem”, acrescentou Bruno.
Num comunicado de imprensa, a escola especifica que o incidente “ocorreu ao ar livre nas dependências da escola”. “A direção e toda a rede escolar estão profundamente abaladas com esta perda irreparável. “Neste momento, a prioridade da escola é prestar toda a assistência necessária ao círculo de familiares, colegas e amigos do aluno afetado por esta tragédia”, afirmou a escola.
No entanto, Bruno negou que a escola tenha se comunicado com o círculo familiar para fornecer solidariedade e apoio. “Ganhamos uma coroa de flores e uma nota de condolências. Nada além disso. Não houve nem uma ligação”, disse ele ao site Mundo Negro.
Ele também se perguntou quais medidas a escola tomaria para evitar que outros casos semelhantes caíssem novamente “Que medidas a escola tomará para evitar que outros Pedros nos deixem de forma tão trágica? e através dos ricos, enfrentar o cenário de bullying? Pedro só queria poder dançar livremente”, protestou.
O que acontecerá depois da Missa do sétimo dia de Pedro?Quantos outros Pedros permanecerão em silêncio, para sempre, diante da crueldade da homofobia e da falta de respeito pela elegância?
“Convido todos os pais, mães, padrinhos, irmãos, responsáveis a comunicarem aos filhos sobre a vida. Pedro só buscava ser livre, ser ele mesmo. Pedro não tinha o direito de ser negro, periférico e homossexual. chegar à escola”, acrescentou o tio. Na mensagem de texto ele compartilhou um vídeo em que Pedro aparece dançando.
“A dor do meu sobrinho, perpetuada em nós, familiares, poderia, pelo menos, ser a premissa para uma mudança de hábito por parte de uma das escolas mais clássicas de São Paulo, que quer fugir de suas responsabilidades”, concluiu.
Em 2018, outros dois jovens que estavam lendo no Colégio Bandeirantes cometeram suicídio com duas semanas de intervalo. De acordo com o relatório dos acadêmicos, um dos acadêmicos sofria de depressão.
Na ocasião, a escola afirmou que havia tomado medidas e criado espaços de escuta e mental para os alunos, além de movimentos voltados para toda a comissão técnica e alunos para que soubessem como enfrentar o desafio.
O Fórum tem como política ser transparente com seus leitores, publicando casos de suicídio e alertando sobre o desejo de buscar casos que possam levar o usuário ao suicídio.
De 2010 a 2019 no Brasil foram registradas 112. 230 mortes por suicídio. Neste mesmo período, o número de pacientes aumentou 43% em termos homólogos, passando de 9. 454 em 2010 para 13. 523 em 2019, segundo dados disponíveis do Ministério da Saúde.
Os principais sintomas da depressão, segundo o Ministério da Saúde, incluem: