Depois de se manifestar sobre a decisão questionável de acabar com a verificação de factos nas suas redes sociais nos Estados Unidos, a Meta está agora a encerrar os seus programas de diversidade, equidade e inclusão (DEI). Segundo a empresa, a moção é motivada “pela situação jurídica e política que envolve os esforços de diversidade” nos Estados Unidos.
Isso significa que a Meta não terá mais vagas com foco na diversidade, sejam elas voltadas para pessoas negras, mulheres ou comunidade LGBTQIA+. Os dados são divulgados em memorando aos trabalhadores internos recebido pelo site Axios.
Segundo o documento, a empresa afirma que pretende continuar seus esforços de diversidade em outras táticas e atualizará os sistemas com modelos que “mitiguem o preconceito em relação a todos, independentemente de sua origem”.
A nota explica que a resolução é motivada pelo Supremo Tribunal dos Estados Unidos, que informou recentemente sobre a proibição deste tipo de medidas nas empresas. A Suprema Corte dos EUA emitiu recentemente decisões que sinalizam uma mudança na forma como os tribunais dei”, escreveu Janelle Gale, vice-presidente de recursos humanos da Meta, de acordo com a Axios.
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O principal diretor de direitos civis da Meta, Roy Austin, contratado em 2021 como resultado dos esforços da empresa para expandir suas medidas de diversidade, deixou a empresa nesta sexta-feira (10).
Embora tenha publicado oficialmente o memorando, Meta mostrou o fim dos programas e a saída de Austin da empresa.
A Meta anunciou que encerraria o programa de verificação de fatos e seguiria o modelo Community Notes, semelhante à fórmula usada pelo X (antigo Twitter).
Na visão da empresa, os verificadores de fatos eram tendenciosos em suas possíveis opções de moderação de conteúdo e, como resultado, a fórmula teria se tornado uma ferramenta de censura.
Segundo anúncio da Meta, as notas de comunidade irão permitir que outros usuários decidam quais postagens podem desinformar e precisam de mais contexto. Os próprios usuários também irão definir o contexto que precisa ser informado.
“Acreditamos que esta pode ser a melhor maneira de atingir nosso objetivo original de fornecer a outras pessoas dados sobre o que elas veem e uma forma menos propensa a preconceitos”, diz o grande anúncio da tecnologia. Porém, as mudanças promovidas pela empresa suscitam receios de produção de dados errados. Entenda mais sobre a mudança.
Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.