A Internet é uma vasta extensão com inúmeros sites da Internet. No entanto, nem todos podem desfrutar da experiência de navegação na Internet mais produtiva: uma pesquisa realizada por meio da BigDataCorp e do Movimento Web para Todos mostra que cerca de 3% dos sites brasileiros da Internet estão efetivamente disponíveis para outras pessoas com deficiência.
Os estudos da quinta edição foram baseados em uma avaliação de 26,3 milhões de sites ativos na Internet no Brasil. Durante o estudo, os pesquisadores extraíram conhecimento de visitas a todas as páginas brasileiras e ignoraram instâncias inativas e protegidas por senha.
“É fundamental observar que testes válidos foram implementados apenas para o tipo de página online com base no conteúdo postado nela. A ferramenta coletou sites da Internet e verificou todas as páginas públicas para ver se havia, por exemplo, burocracia e imagens, e se atendiam aos critérios estabelecidos para verificação”, dizem os responsáveis pelo estudo.
Além disso, dividiram os testes em cinco aspectos: forma, arranjo e organização dos links, descrição e arranjo das imagens, quadros (iFrames) e teste W3C.
O relatório mostra que houve uma deterioração na acessibilidade dos sites brasileiros da Internet. Em 2024, apenas 2,9% dos sites da Internet atendiam a todos os requisitos para serem disponibilizados a outras pessoas com deficiência, segundo estudo elaborado pelo consórcio W3C (autoridade de padrões da Internet).
Entre os resultados, destacamos o facto de nove em cada dez governos continuarem a ter defeitos de acessibilidade, embora este indicador tenha vindo a diminuir desde 2022.
Mas as plataformas governamentais não estão sozinhas. Confira os tipos que tiveram menos erros em 2024:
Se analisarmos as categorias, vemos uma melhora de um a dois percentuais para 2023 e 2024. No entanto, a maioria dos sites teve interrupções nos testes administrados:
Ao ser questionado sobre a diferença de efeitos entre os testes máximos segmentados e a análise do W3C, o CEO da BigDataCorp, Thoran Rodrigues, explicou ao Canaltech que essa disparidade se deve às particularidades da análise:
“A verificação completa do W3C inclui alguns dos critérios cobertos por outras verificações, bem como uma série de requisitos adicionais de acessibilidade”, explica ele. “Esta é uma verificação mais complexa e abrangente, fazendo com que muitos outros sites falhem. “
O engenheiro de software Leonardo Gleison, que é deficiente visual, denunciou ao jornalista as dificuldades em páginas da internet que não vêm com descrições nas imagens, além de outros recursos.
“Uma das coisas mais chatas quando um usuário cego quer usar a Internet é quando ele tem que usar um serviço público ou de usuário e isso não é possível”, observa. “Imagina, você tem que ir até um serviço público ou fazer uma compra, certo? Um produto para sua casa e você não consegue por falta de disponibilidade.
A educadora e instrutora Camila Domingues, também cega, destaca o procedimento de inscrição em cursos de escolaridade inclusiva.
“Na maioria das vezes, a burocracia de registro não está disponível e apresenta desafios, como o captcha”, disse ele. “E mesmo quando peço ajuda de quem pode ver para se inscrever, acabo chegando na plataforma e descobrindo que o ambiente virtual e os tecidos educacionais também não estão disponíveis. “
A especialista em diversidade e inclusão Nathalia Blagevitch tem mobilidade limitada devido à paralisia cerebral. Para o Canaltech, destaca dois que causam bastante desconforto no mundo virtual.
“A primeira é quando você tem que tirar uma selfie com o seu documento, eu tenho uma mão, sou dependente das outras. Na verdade, meu ponteiro dos segundos está lá, mas não há movimento”, diz ele. “E chega uma hora que você tem que validar qualquer coisa e tem que virar a cabeça ou olhar para frente, para trás e aproximar o celular. ”
Os efeitos mostram que ainda há um longo caminho a percorrer para que a Internet brasileira esteja totalmente disponível e inclusiva. Diante desse cenário, a autora do Movimento Web para Todos, Simone Freire, levanta três questões para atingir esse objetivo: conscientização, educação e monitoramento e reeducação.
No primeiro aspecto, trata-se de conscientizar que a acessibilidade é um direito previsto pela lei brasileira de inclusão e que é um público gigantesco e carente (uma oportunidade genuína e latente de expansão do mercado).
Freire destaca ainda que essas mudanças favorecem a funcionalidade e usabilidade das instalações e ressalta que essa mudança é uma obrigação ética, especialmente para marcas comprometidas com as práticas mais produtivas de diversidade e inclusão (ESG).
A educação visa alugar organizações para preparar comunicações, marketing, design, grupos de progressão e muito mais para criar outros produtos virtuais disponíveis e inclusivos para todos.
Por último, o autor da proposta salienta a importância da reciclagem. “É obrigatório criar e manter uma cultura interna para que essa aventura de transformação esteja no DNA virtual da empresa. Isso só acontecerá se o ciclo chegar a movimentos consistentes de acompanhamento e atividades de reciclagem de sabedoria”, explica.
O CEO da BigDataCorp destaca que o ideal seria passar por plataformas que “direcionem” o tráfego da Internet para priorizar sites mais disponíveis. Para isso, Rodrigues lembra do movimento que ocorreu com os certificados SSL, em que os buscadores passaram posteriormente a destacar sites e empresas. seguiu o padrão.
“Em menos de um ano, a porcentagem de sites que se beneficiam dessa cobertura passou de menos de 20% para mais de 80% e agora gira em torno de 95%. Se o mesmo movimento fosse feito em termos de acessibilidade, o desafio seria resolvido rapidamente”, conclui.
Colaborador: André Magalhães