O fenómeno da pirataria de jogos de futebol em Portugal tem um custo entre 500 e 600 milhões de euros para o Estado português, relacionado com os impostos diretos e indiretos que faltam cobrar.
Os números são apresentados pelo diretor-geral da DAZN em Portugal, Jorge Pavão de Sousa, numa entrevista ao jornal A Bola onde fala sobre os canais desportivos premium, as taxas, a pirataria e as dificuldades no combate a esta prática em Portugal.
O argumento fiscal já é um clássico para empresas que se sentem prejudicadas pela pirataria, mas o chefe do DAZN também oferece algumas recomendações que podem reduzir a “conta” dos entusiastas do esporte no final do mês.
Para ilustrar a dimensão das transmissões ilegais em Portugal, Jorge Pavão de Sousa dá o exemplo dos jogos da Liga dos Campeões, especificamente do Benfica.
“Durante os jogos da Liga dos Campeões do Benfica, nas duas últimas temporadas, nesta hora e meia ocorreram entre seiscentos e 700 mil acessos ilícitos a IPs estrangeiros”, afirma o responsável da DAZN, acrescentando que é um número “muito consistente”. com os números que sei que existem nos jogos dos 3 grandes grupos do campeonato nacional.
Quando questionado que a pirataria se deve aos custos cobrados pelas assinaturas de canais desportivos em Portugal, Pavão de Sousa é cauteloso:
“Penso que o produto em Portugal, do ponto de vista da composição da oferta premium, é muito fragmentado, com DAZN, Sport TV e BTV. Um titular de bilhete de época que vem do Benfica e quer acompanhar as competições na sua totalidade tem de pagar por 3 produtos, com um valor médio, individualmente, de 70 euros, e é tudo isto que estamos a fazer com a distribuição, com os operadores.
O CEO da DAZN em Portugal afirma que os utilizadores já têm forma de reduzir esses valores, optando por comprar um “pacote” que inclui os 3 canais premium, e admite que os valores ainda podem ser elevados.
Ele defende uma solução flexível para reduzir os preços, onde o usuário compra uma quantidade constante de créditos por mês e gerencia jogos e canais como desejar.
No entanto, ele reconhece que os modelos de negócios existentes das operadoras, que buscam a maior fonte imaginável de receita para cada cliente, não facilitam essa solução.
Embora os valores cobrados através dos canais desportivos premium tenham quase duplicado em relação a há alguns anos, Jorge Pavão de Sousa acredita que a pirataria em si é o aumento de valor.
“Corremos o risco de atrair cada vez mais pessoas para conteúdos desportivos ilegais ou premium e isso prejudicará o valor a longo prazo destes produtos”, explica, afirmando que uma solução legal (e educação) é essencial para resolver o problema. O desafio da pirataria. . .
“Se descobrirem que há um português, numa casa, a aceder a um endereço IP ilegal em qualquer site, em Malta ou no Belize, este não pode ser legalmente apagado, terá de ser emitida uma resolução judicial, que tem de triunfar no ISP (Internet Service Provider) e o ISP tem de pedir a alguém que intervenha e o elimine. Quando isso acontece, o jogo termina e o produto já foi alimentado ilegalmente.
O mesmo usuário dá o exemplo de outros países, protegendo a aplicação de multas altas (e rápidas) toda vez que um usuário é detectado jogando ilegalmente:
“No Reino Unido, o regulador local emite uma ordem rápida para a casa do visitante e no dia seguinte o visitante recebe uma notificação de que tem de pagar £ 250 (. . . ). Nessa altura, o preço aumenta para 750 e o terceiro o tempo passa para 2. 500 libras, às quais se soma a ação penal. A pessoa, ao pagar pela segunda ou terceira vez, nunca mais precisará retornar ilegalmente na vida.
Embora reconheça que as atividades da DAZN em Portugal são rentáveis, o CEO da empresa defende uma mão mais firme perante a lei e as autoridades, mas também um procedimento para os utilizadores.
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