Personagem recorrente nas pinturas do dramaturgo, professor, pintor e Ariano Suassuna (1927-2014), Onça Caetana receberá o público em escala na exposição Movimento Armorial 50 Anos a partir desta quarta-feira (20) no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB SP), no centro de São Paulo. A exposição solta vai até o dia 26 de setembro.
Símbolo da morte, o Onça Caetana foi representado em táticas através do próprio editor. Uma delas foi gravada em uma de suas iluminação, uma estratégia que combina iluminação [decoração de letras maiúsculas] com os processos de gravação em papel. Em um dos pratos do álbum Dez Sonetos com Mote Alheio, Suassuna desenhou o Jaguar Caetana com uma moldura amarela e ervilhas vermelhas e asas maciças. E é essa forma que acabou sendo selecionada pelos marionetes mineiros Agnaldo Pinho, Carla Grossi, Lia Moreira e Pedro Rolim para se tornar uma escultura enorme e bonita, que agora aparece na área central do térreo do CCBB.
“O Jaguar Caetana projetado por Ariano Suassuna. Você vai ver, na exposição, que ele a representou várias vezes. A onça-pintada é uma mitologia do folclore nordestino. E tivemos um marionete de Belo Horizonte, que nos fez essa gloriosa onça, que nos recebe desde a entrada”, disse Denise Mattar, curadora da exposição.
A Onça Caetana e as iluminuras fazem parte do Movimento Armorial, introduzido por Suassuna em 1970, no Recife, com a proposta de produzir arte brasileira ligada às raízes da cultura popular, mas erudita e universal. O movimento seguiu vários caminhos: passou pela pintura, música, teatro, dança e literatura. Combina literatura de cordel, música de viola, xilografia, maracatu, cabalhada e reisado.
“Tenho a ideia de montar uma organização de artistas que trabalharam em todas as áreas e que tiveram minhas considerações para que juntos só buscamos uma arte acadêmica brasileira baseada nas raízes populares da nossa cultura. E, através dessa arte, lutamos contra esse procedimento de descaracterização da cultura brasileira”, descreveu Suassuna uma vez ao movimento, em entrevista.
A exposição, que já foi apresentada no CCBB em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro, apresenta 140 obras, algumas das quais nunca saíram do Recife. Além de Suassuna, há também obras de sua esposa Zélia Suassuna, Francisco Brennand, Gilvan Samico, Aluísio Braga e Lourdes Magalhães. A curadoria é de Denise Mattar e da coordenação geral através de Regina Rosa de Godoy.
Ao contrário das outras áreas onde já estava lá, em São Paulo, a exposição também traz duas novidades. “Temos dois momentos que não estiveram nas outras exposições: no primeiro andar, teremos uma área para xilogravuras. ser parar na exposição e fazer uma xilogravura. E um momento é uma pintura que está no 3º andar, se chama Bumba meu boi, de Francisco Brennand”, disse Regina Godoy.
Após a localização da Onça Caetana, o hóspede será levado para o quarto andar do prédio, onde está localizado o núcleo Ariano Suassuna, Vida e Trabalho, que apresenta uma cronologia ilustrada, livros e manuscritos dos e vídeos de seus cursos de destaque. Programas. Neste campo, o alfabeto sertanejo também se destaca.
No 3º andar estão os vestidos criados pelo artista pernambucano Francisco Brennand (1927-2019) para o filme A Compadecida (1969), de George Jonas, baseado na peça O Auto da Compadecida, de Suassuna. Além dos desenhos originais, este núcleo apresenta as peças de vestuário dos personagens do filme que foram recriados para a exposição, com exceção do vestido da personagem Compadecida, que é original e usado pela atriz Regina Duarte para o filme.
O chão do momento, por outro lado, apresenta os dois momentos do Movimento Armorial: a chamada fase experimental e a fase do momento. Na fase experimental, com o início do movimento, há uma apresentação das pinturas de Fernando Lopes da Paz. e Miguel dos Santos e uma sala especial comprometida com as pinturas de Gilvan Samico. Aqui há também um resgate da Orquestra e do Quinteto Armorial, equipes que criaram música culta com influência popular. Na fase momente, há as iluminações de Suassuna, as tapeçarias e cerâmicas feitas através de sua esposa Zélia Suassuna e as performances da organização de dança do Graal.
No primeiro andar do prédio do CCBB serão apresentadas produções cinematográficas, teatrais e televisivas que adaptaram os livros de Suassuna. Neste piso também haverá uma área para oficinas de xilogravura e contação de histórias. , com elementos de litografia que os jovens podem montar”, diz o curador.
A exposição termina no subsolo, onde há xilogravuras assinadas pelo mestre J. Borges [que é homenageado, em São Paulo, em exposição no Centro Cultural Fiesp], como referências a festivais populares como maracatu, reisado e cavalo-marinho, colecionando máscaras, figurinos, fotos, banners e acessórios.
A partir de agosto, o público poderá ter um contato mais próximo com o Movimento Armorial, com uma programação paralela à exposição: haverá uma elegância imponente apresentada pelo filho de Suassuna, Manuel Dantas Suassuna, palestras e uma série de apresentações musicais. Além disso, haverá uma excursão virtual da exposição, com duas horas de música blindada, graças ao acesso ao QRCode que estará localizado em algumas bancas da exposição. Uma playlist também é feita para ser ouvida no Spotify através do Banco do Brasil. .
“A exposição é constante até setembro e, além disso, temos eventos complementares: cinco compromissos para música e também temos conversas que vão tratar de artes visuais, música, teatro e dança e mostrará essa efervescência cultural”, disse o general da exposição. coordenadora, Regina Godoy, em entrevista à Agência Brasil.
“Eu faço parte desse universo nordestino que está aqui. Eu sou uma mulher deste universo. Minha mãe veio aqui para São Paulo. Para mim, é uma honra trazer esse sonho aqui, fazer essa ponte para que essas raízes sejam lembradas e honradas. Espero que as outras pessoas que estão na exposição se reconheçam aqui, se reconectem com essa arte que existe nelas”, disse Regina.
No túnel que liga o Shopping Cidade Jardim ao seu estacionamento, são projetadas imagens de obras do movimento heráldico expostas no CCBB. A exibição será realizada no CCBB.
Cerca de 17. 000 pessoas são esperadas neste ambiente verdadeiramente virtual, que estará aberto ao público todas as sextas, sábados e domingos até setembro.
Mais informações sobre a exposição podem ser encontradas no site do CCBB.
Descubra a newsletter EXAME Casual, uma variedade de conteúdo para o seu tempo livre em toda a qualidade.
Mais informações