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O Dia dos Avós será comemorado no domingo, em meio a uma pandemia. Enquanto outros jovens são uma geração para aliviar o isolamento social, muitos outros idosos passaram por uma era de solidão, sem ter a mesma capacidade de usar smartphones e computadores. Alguns netos, no entanto, têm lutado para resolver esse problema.
É o caso da instrutora de matemática Isabela Maria Paiva de Souza, 24 anos, que criou um manual de instruções para que sua avó fosse informada sobre como usar aplicativos de mensagens. “Somos sete netos. Somos muito próximos, por isso temos uma organização de WhatsApp onde conversamos muito”, diz Isabela. A dificuldade inicial que toda vez que a família buscava falar com seus avós, uma tia tinha que levar seu próprio celular para sua casa em Suzano. Quando a vovó descobriu que sua irmã estava enviando áudio diário para o círculo familiar, ela disse que estava procurando ser informada como fazer o mesmo.
“Fizemos uma revolução na família. Minha irmã Vitia foi pegar um celular e eu peguei o chip”, lembra Isabela. Enquanto Adilson, o avô de 80 anos, conseguia se adaptar melhor à tecnologia, a avó Laudina, de 76 anos, se sentia mais difícil. Durante os 40 anos, o gato do casal ficou doente, então Isabela e sua mãe tiveram que ir para sua casa para ajudá-los. Foi uma oportunidade para Laudina dissipar dúvidas com sua neta. Com a didática que está acostumada, Isabela tinha o conceito de criar o manual de instruções. “Escrevi as receitas da Ana Maria Braga para ela. Nós costumávamos.
Eu disse, vá, vovó, aperte aquele botão e arraste-o para cima. Fiz passo a passo, desenhando símbolos, ela entrou em grupos”, conta Isabela.
“Eu não esperava que você fosse capaz de entrar em contato e ver um usuário no telefone. A primeira vez que o vi, até toquei nele”, conta Laudina, que, como recompensa, deu à neta sua notável salada de berinjela. Segundo Isabela, “agora (o uso de celulares) é uma necessidade para eles, não uma imposição de jovens e netos”.
Gerações
Há tempo para ser informado de algo novo, não importa a idade. E com a ajuda e paciência dos netos, o Dia dos Avós pode unir a todos, mesmo à distância. A idade complexa de Aldo Eller, 92 anos, não salvou Aldo Eller, 92, de relatar novas táticas para se comunicar com sua família, que foi motivo de alegria para seus 8 filhos, 17 netos e quatro bisnetos. Entre eles está a neta do Rio Grande do Norte, que falou com o avô apenas por telefone, principalmente nas festas. “Por causa da distância, ficamos quase 10 anos sem nos vermos”, diz a designer, satisfeita por estar mais próxima do avô.
Aldo já estava acostumado a um computador, no qual até lia e-mails enviados através de seus netos, Aldo ganhou um smartphone no final do ano passado. “Ele adora a internet, especialmente pesquisando e pesquisando no Google cidades onde seus netos viveram ou viveram. Ele também acessa o YouTube e coloca música para prestar atenção enquanto faz suas atividades”, explica Jelia.
Com a pandemia, Aldo, acostumado a dirigir, ir ao mercado e visitar seu círculo de parentes, teve que “se retirar”. Para evitar que ele se sentisse sozinho, o círculo familiar tomou a decisão de ensiná-lo a usar o WhatsApp, um aplicativo que ele não conhecia até então. “As pessoas olham uma porcentagem do seu cotidiano em grupo, para não perder as notícias do círculo familiar”, diz Jelia, que acrescenta: “Ele é muito curioso e você sabe escrever em poucas palavras, como o BJS; leva um pouco de tempo, mas responde com um afeto maravilhoso.
Em 31 de maio, aos 92 anos, outra neta, que mora nos Estados Unidos, organizou uma videodeseção com toda a família, desta vez através do Zoom. “Ele gostava muito, havia outras pessoas por toda parte”, lembra Jelia. “Agradeço muito, porque me acabou que todos os dias é uma oportunidade de ser informado de algo novo. Sua paciência e perseverança provam isso para mim.
Novo aprendizado
Essa busca por sabedoria marca o namoro entre Sonia Maria Molina, 70, e seu neto Joaquim, 11. O instrutor aposentado de matemática ganhou as aulas de design da criança. “Ele me ajuda há muito tempo, já me ensinou a baixar aplicativos e jogar no celular”, diz Sonia, que está em casa, no Rio de Janeiro.
Em certo momento, Joaquim, que mora em São Paulo, começou a falar com ele sobre o Canva, uma página online que permite a criação de conteúdo visual, como cartazes e mapas. “Eu perguntei”, o que é isso? “Ele me mostrou, eu concordei com ele e agora ele me ensina, parte uma hora por dia, às quatro horas da tarde. Também é uma maneira de passar um tempo em quarentena.
“No começo foi estranho para mim. Eu estava ensinando, mas o instrutor é ela, e eu pensei, pelo amor de Deus”, diz Joaquim, que, segundo a avó, é muito exigente: “Ele me dá lição de casa, tem 3 testes. E pontuação. No começo, eu tinha 7; no dia 8, no dia 9”, diz Sonia com um sorriso.
Entre as aulas que Joaquim deu para colocar em prática a sabedoria que havia adquirido, Sonia teve que criar um cartão para enviar para uma organização de amigos no dia da festa dos amigos. “Eu mostro para o professor, ele avalia e me dá conselhos”, diz o aposentado. Enquanto isso, Joaquim já tem outros conceitos sobre o que ensiná-lo. O próximo “curso” merece focar no Google Drive, uma ferramenta que permite editar textos e salvar fotos.
“Para mim é bom, porque sou informada de outra coisa, mas também porque todos os dias nos reunimos, nos comunicamos e posso fazer perguntas sobre isso”, diz a avó, que aos poucos tenta “perder o medo” de usar o computador. “No começo, pensei que ia espremer algo sem saber e que iria estragar tudo”, brinca.
Inglês via Skype
A mesma preocupação com Leci Rigueira, 65. Uma professora de francês recém-aposentada diz que até recentemente ela só sabia usar o básico da geração para registrar notas e avaliações enquanto ainda lecionava. “Tenho medo de fazer algo estúpido, danificar o PC e não poder mais usá-lo”, lembra.
Agora, no entanto, você tem uma explicação inteligente do porquê para “atualizar”. Seus netos lhe deram uma tarefa que ele não pode recusar: ensiná-los francês via Skype. “Há momentos em que nos sentimos obsoletos, é uma impressão muito ruim. Quando vi que tinha algo para passar aos meus netos, foi maravilhoso”, conta Leci.
A ideia, na verdade, veio de Laura, de apenas 8 anos, que frequentou as primeiras categorias sozinha. Arthur, de 11 anos, estava atento, apenas observando, e não demorou muito para ele pedir que ele participasse também. Tomando categorias francesas, ou ajudando sua avó a manipular a ferramenta. “Tudo o que eu aprendo, eu ganho um muito inteligente”, diz Leci.
A pensionista também revelou que, no início, não “deu muita confiança” à ideia, mas disse que foi uma experiência “incrível”. As reuniões virtuais são realizadas 3 vezes por semana durante uma hora. “Mas começamos cedo e evitamos depois do expediente”, diz Leci, que diz ter descoberto uma maneira de ajudar mais “essa maldita pandemia”.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.