A filha da primeira vítima de Covid no Brasil perdeu os avós e dois tios

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19/8/20 – 15:20 Nacional

Rosana Aparecida Urbano, 57 anos, primeira usuária a morrer de coronavírus no Brasil, segundo o Ministério da Saúde, em junho. Segundo sua filha, Tusa Aparecida da Silva, após a morte de sua mãe em 12 de março, sua avó, avô, tio e tia também morreram após contrair Covid-19.

“Perdi minha mãe em 12 de março, logo após minha avó, depois meu tio, depois meu avô e apesar de toda minha tia, tudo em uma era de 40, 50 dias e tudo com Covid. Meu avô, quando ele descobriu que minha mãe e minha avó tinham falecido, deu-lhe muito doente, não comeu, ele não falou. Então eu acho que ele desistiu de alguma forma “, disse Thaus. Vovô tinha 93 anos.

“Não há cem mil mortos, são irmãs, mães, tios, pais. Foi minha mãe que deu tudo para ajudar os outros, ela não poupou esforços. Ela cuidou do meu irmão, com o amor e determinação que eu tenho. Nunca notei nada na minha vida. Acho que minha mãe é um exemplo de mãe e guerreira. Ele saiu, mas cumpriu seu papel aqui “, disse ele.

Sem despedida, Thaus diz que recebeu mensagens de sua mãe no dia de sua morte, mas que não teve tempo de se despedir da vítima após sua internação.

“No dia 12 [de março], às cinco horas da manhã, ele começou a me mandar mensagens se ia [para o hospital], mas a voz dele já estava muito engasgada, muito sem fôlego, ele não conseguia comer e se vestia com a máscara. Oxigênio, já enfraquecido quando avisaram que seria entubado. Quando consegui falar com o médico às 16h, minha mãe já estava muito mal, a saturação muito baixa. Mas não havia tempo [para vê-la], às 19h10, minha mãe tinha 3 paradas respiratórias”, disse.

Rosana deu entrada no Hospital Municipal Doutor Carmino Cariccio, na zona leste de São Paulo, em 11 de março e morreu um dia depois, mas a confirmação de que havia ficado inflamada com o vírus só ocorreu em 30 de abril. Havia sido anunciado anteriormente que a primeira morte causada pela infecção foi a de um homem de 62 anos. Com os avisos de óbito atualizados, o Ministério da Saúde iniciou Rosana como a primeira vítima.

Diagnóstico tardio O círculo de parentes não sabe onde Rosana foi infectada, mas diz que ativa e usa muito o transporte público. “Ela fez o caminho para ir ao hospital para fazer uma escala no meu avô e na diabetes alta, ele tomou o remédio, ela começou a reclamar da falta de ar, ela tomou o remédio e não melhorou, então ela fez a tomografia e os pulmões.” dela muito delicada, muito afetada “, disse a filha da vítima.

Sem diagnóstico da doença, o círculo de familiares diz ter sido exposto ao vírus, possivelmente contribuindo para a transmissão do vírus para outros 4 familiares da primeira vítima. “Ouvi falar do resultado há alguns dias sobre o resultado positivo da minha mãe para o Covid. Até lá, na certidão de óbito, há insuficiência respiratória e diabetes. Tudo isso muito impressionante porque não tivemos confirmação. Não estávamos preparados, não substituímos nossa diligência. Eu e meu padrasto que substituímos minha mãe, pegamos minha mãe nos meus braços na vida e a colocamos na maca”, conta.

Primeira morte no Brasil Além de Rosana, algumas outras mortes também foram adicionadas antes do primeiro registro, em 15 de março.

O Ministério da Saúde explicou que pode haver “possíveis discrepâncias” na contagem de óbitos devido ao tempo que leva para verificar e registrar o caso na fórmula de vigilância epidemiológica da gripe (SIVEP-Gripe).

“Conforme observado no Boletim Epidemiológico 19, houve 3.972 óbitos em investigação, o que pode ser mostrado através do Covid-19, influenza ou outros vírus e agentes etiológicos”, diz o memorando. “À medida que os efeitos são feitos para que eles, por meio de laboratórios e grupos de vigilância epidemiológica, atualizem a Influenza SIVEP, os dados estão atualizados nacionalmente.”

O Ministério da Saúde de São Paulo, onde ocorreu a morte de 12 de março, afirmou que “esse tipo de atualização é natural, desejável e acontece com qualquer patologia” e que é “fundamental perceber que é um regime e responsabilidade legal investigar suspeitos”. Casos e óbitos do Covid-19, bem como atualizar os sistemas oficiais de notificação (E-SUS e SIVEP) de quaisquer dados processuais conhecidos e posteriormente registrados nos bancos. »

A secretaria afirma que “foi atualizada na SIVEP sobre a confirmação de cinco mortes nos dias 12, 15 e 16 de março, 3 delas na última data” mas que a primeira morte ainda contava em 17 de março, assim como o ministério. “Em seu site oficial, o Ministério da Saúde também publica o primeiro óbito com data de notificação de 17 de março de 2020”, acrescentou a secretaria.

Fonte: G1

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